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Entrada: 10€. Bilhetes disponíveis em: https://zedosbois.bol.pt/
Mary Ocher
Mary Ocher faz parte de uma geração - nasceu na primeira metade dos 1980s - para quem, sem as costas quentes do privilégio, é muito difícil quebrar as ondas do underground. Com muito planeamento e sacrifício conseguiu fazer a sua vida depender só da música e da sua arte. Isto parece discurso de missa, só que hoje, mais do que em qualquer década do passado recente, essas assimetrias são palpáveis e é cada vez mais difícil abancar vida de artista sem as costas quentes. Ocher conheceu diferentes realidades ao longo da sua vida de criança (nasceu na Rússia, mudou-se depois para a Turquia, hoje vive em Berlim) e foi educada com uma mentalidade que não é virtuosamente anticapitalista e, sim, optimista em relação ao encontro de alternativas. No fundo, para que olhemos para o lado, que não aceitemos só o estilo de vida que nos tentam impingir.
Isto importa porque os álbuns de Mary Ocher vêm sempre acompanhados com um manifesto/diário sobre o que realmente deveríamos andar a pensar: viver, viver decentemente. Ou seja, não há um jargão de artista, mas manifestos inteligentes da realidade. Leiam, por exemplo, o último (está no site dela) em volta de “Your Guide To Revolution”, álbum de 2024, onde confronta, sem moralismos, as suas escolhas de vida em oposição às pessoas à sua volta. Começa por dizer que é a única artista underground que ela conhece que não nasceu do privilégio. Não é difícil de acreditar. Basta olhar à nossa volta, em Portugal. Isto importa, novamente, porque a sua música é feita de uma economia pujante, em que os meios subsidiam sempre os fins, sem gorduras. Canções para a frente, com um motor poderoso, em que a arte se sobrepõe à música e envolve sem enfeites. As camadas que Ocher coloca nisto tudo são honestas, não são feitas para esconder algo, mas para revelar algo. Carece de alguma atenção, porque Ocher quer ser ouvida, quer que a oiçam como uma artista em plenas funções de desconstrução desta realidade promovida por desejos fictícios. O guia para a revolução não é de agora, é uma discografia toda.
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Manila
Inspirados no espírito nostálgico da música portuguesa, com influências do Soul, R&B, e Jazz, MANILA são uma banda formada por, Gerard Torres (teclas), Ricardo Pedrosa (baixo), Carmo Braga da Costa (voz), João Serra (guitarra) e Zé Lobo da Costa (bateria).
Os diferentes backgrounds e inspirações de cada membro confluem numa música eclética e repleta de melodias que ficam na cabeça, apresentando uma proposta original de indie pop português.
MANILA são contadores de histórias sonoras. Com a sua música, querem-nos a viajar através do groove, flutuando entre temas que tocam no existencialismo, amor, solidão, e nas infinitas dicotomias da vida. "Domingo à tarde" é o seu EP de estreia.
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Rua da Barroca nº59, 1200-047 Lisbon, Portugal, Terraço ZdB, Rua da Barroca 59, 1200-047 Lisboa, Portugal,Lisbon, Portugal