About this Event
O Instituto Ling tem o prazer de receber o artista paraense Éder Oliveira, para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes do centro cultural. De 09 a 13 de setembro, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação de uma nova obra, realizada ao vivo durante o horário de funcionamento do prédio. Será possível observar as escolhas, técnicas e movimentos do artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 14 de novembro de 2024, com entrada franca.
A atividade faz parte da terceira temporada do projeto LING apresenta, e conta com a curadoria de Vânia Leal, atual Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e membro do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.
Após a finalização do mural, o artista Éder Oliveira irá comentar a experiência e o resultado em bate-papo com o público e a curadora, no dia 14 de setembro, sábado, às 11h, em frente à obra. Faça sua inscrição sem custo.
Amazônias: no tremor das vidas
Uma narrativa histórica da arte na Amazônia brasileira compreende muitas “Amazônias”, pois resguarda realidades diversas. Neste cenário, surge o projeto LING apresenta Amazônias: no tremor das vidas, como um disparador nessa perspectiva plural, com artistas que desentravam a compreensão da interculturalidade, dos contatos, das provocações e das possibilidades nesses espaços imensos quando a Amazônia se torna o centro de preocupação da humanidade.
O tremor das vidas nas Amazônias está nas placas tectônicas, no tremor das pororocas, do jambu na boca e nos sentidos, no treme das aparelhagens, no tremor do mundo, no negacionismo da ciência, nas narrativas dos povos da floresta, no pó de paricá e no transe como parte da ancestralidade florestânica…
A partir dessas provocações, a mostra aponta caminhos e impasses da arte compostos por artistas do continente amazônico. Estes discutem, por meio de investigações e territorialidade, as relações afetivas, políticas, sociais e culturais de identidades e de pertencimento, assim como o “imaginário geográfico”.
Defende-se que a arte não pode se limitar à expropriação dos valores simbólicos e saberes materiais dos ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas, assentados, afro-indígenas, castanheiros e de todo sujeito que mobiliza a sensibilidade de qualquer artista.
É importante também ressaltar que, historicamente, esses sujeitos seguem elaborando estratégias criativas de sobrevivência como protagonistas, por meio de tecnologias ancestrais à manutenção da vida que pulsam nesses lugares poéticos e políticos.
Entre o “bom selvagem” idealizado de uma visão romântica e o “inferno verde”, a Amazônia quase mitológica é o ambiente em que cabe ao artista criar pontes críticas com o real, dar asas ao imaginário e fortalecer o simbólico coletivo. Este é o desejo para esta edição do projeto LING apresenta.
Vânia Leal
Curadora
Sobre o artista:
Éder Oliveira nasceu em Timboteua, Pará, em 1983 e atualmente vive e trabalha em Belém. Licenciado em Educação Artística pela UFPA, é pintor por ofício e, desde 2004, investiga a relação entre retrato e identidade, tendo como foco o homem amazônico. Oliveira propõe reflexões sobre imagem, violência em suas mais diversas formas e a construção histórico-social coletiva. Realizou exposições no Brasil e no exterior. Seus trabalhos fazem parte de importantes acervos, como o do Centro de Arte Dos de Mayo de Madri, da Fundação Clóvis Salgado, da Fundação Marcos Amaro, do Itaú Cultural, do Kunsthalle Lingen na Alemanha, do MACRS, do Museu Casa das Onze Janelas, do Museu de Arte de Belém e do Museu de Arte do Rio. Entre bolsas e premiações que recebeu, destacam-se o Lingener Kunstpreis 2016 (Alemanha) e a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais (2014).
Sobre a curadora:
Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, no Amapá, e vive e trabalha em Belém, no Pará. É mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi Curadora Educacional do Projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019) de Elaine Arruda no Banco da Amazônia, Tecidos de Certeza (2019) de Elisa Arruda na Galeria Elf, Coleção Eduardo Vasconcelos (2021) nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur, A Inversão do cotidiano (2022) de Elisa Arruda na Galeria Ruy Meira, Nhe Amba (2022) de Xadalu Tupã Jekupe no SESC Paraty, Gravado na Alma (2023) de Eduardo Vasconcelos no Banco da Amazônia, entre outras. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.
Esta programação é uma realização do Instituto Ling e Ministério da Cultura / Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens.
PRONAC 233474
Event Venue & Nearby Stays
Instituto Ling, João Caetano , 440, Porto Alegre, Brazil