About this Event
O Instituto Ling tem o prazer de integrar a programação da 10ª edição do Festival Kino Beat com a instalação artística FERALUZ, do artista visual Leandro Lima, com curadoria de Gabriel Cevallos, idealizador do Festival Kino Beat.
FERALUZ
E se o prédio do Instituto Ling sonhasse? Esta instalação começa com um pensamento especulativo: imaginar o que habita o inconsciente de uma estrutura de concreto. O gesto fantasioso atravessa o véu da ficção para colocar o artista na perspectiva do edifício. A partir desse exercício, Leandro Lima começa a se aprofundar nas particularidades guardadas na arquitetura e nas ruas que circundam a instituição.
O artista define o jardim e a vegetação ao redor como elementos que podem ser usados para extrapolar a realidade e projetar uma temporalidade incerta, um passado ou um futuro indeterminado, em que a mata se torna feral, escapa da domesticidade e se torna selvagem novamente. Seria “o sonho da edificação” tornar-se mata também?
As janelas neutras se transformam em um jardim expandido, redesenhado com imagens criadas a partir de fotografias do entorno. A vegetação inventada imprime nos seus contornos a manipulação digital que marca a poética do artista, traços que evidenciam a distorção da realidade, como em todo sonho, ao invés de buscar a transposição literal.
As aplicações, que ocupam por completo a fachada do Instituto Ling, atuam como filtros da luz solar, que recortam e colorem o espaço interno. Ao cair da noite, projeções programadas de luz artificial destacam outros detalhes que podem ser observados da parte externa do prédio. Nesse jogo de dentro e fora, luz e sombra, algumas paisagens são criadas de acordo com a efemeridade da fonte luminosa. O brilho, quando toca as imagens, liberta suas formas: padrões estáticos com a luz solar, e um matagal em movimento com a luz artificial que se desloca sobre o vidro.
O artifício do sonho que disparou o processo do trabalho não é conclusivo com a obra finalizada, e deixa em aberto quais seriam os desejos da construção inanimada. O que fica impresso na fachada é a imaginação de Lima, como convite para olharmos de outra forma o que já está estabelecido no rigor geométrico. Os galhos, plantas, flores e seres misteriosos infiltrados na arquitetura modificam o espaço, e abrem caminhos para que os visitantes procurem os sonhos escondidos pela mata.
Gabriel Cevallos
Curador
A instalação será ativada no dia 14 de novembro, sexta-feira, às 19h, nos brises do Instituto Ling.
A obra poderá ser vista até 14 de dezembro de 2025, com visitas livres de segunda a sábado, das 10h30 às 20h, e a possibilidade de visitas com mediação para grupos, mediante agendamento prévio e sem custo pelo site.
Sobre o artista:
Leandro Lima
Nascido em 1976, vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Desde o final dos anos 1990, desenvolve, em parceria com Gisela Motta, um conjunto de obras sob a assinatura de Motta&Lima. Hoje é representado pela Galeria Vermelho. Foi recentemente contemplado por reconhecimento especial pelo Sfer_IK Museion Award 2023, México. Com Motta&Lima, recebeu a bolsa da Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA, e os prêmios 2º Prêmio Marcantonio Vilaça, 13º Prêmio Cultura Inglesa Festival e 8º Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia.
Dentre as exposições individuais de que participou, destacam-se “Relicário”, na Galeria Vermelho, em São Paulo; “Entreter”, no Farol Santander, em São Paulo; “Verso”, na Young Gallery, Los Angeles, EUA; “In.situ.ações”, Mamam no Pátio, Recife; e “Dial M for M**der”, no Centro Cultural Britânico, em São Paulo. Dentre as exposições coletivas, destacam-se a “Bienal do Mercosul”, em Porto Alegre; a “Bienal de Vancouver”, no Canadá; a “1ª Bienal Fin del Mundo”, em Ushuaia; a “10ª Bienal de Havana - Integração e Resistência na Era Global”, em Havana; a “Höhenrausch.2”, no OK_Centrum, em Linz; e a “Supertemporal – International Video art Today”, no Kulturhuset Museum, em Estocolmo.
Sobre o curador:
Gabriel Cevallos
Graduado em Cinema e Produção Audiovisual pela PUCRS, pós-graduado em Práticas Curatoriais pelo Instituto de Artes da UFRGS e mestrando em Artes Visuais na área de História, Teoria e Crítica pela mesma instituição. Atua há mais de quinze anos de forma transdisciplinar na criação, curadoria e produção de iniciativas ligadas à arte contemporânea, à música e ao audiovisual. Suas pesquisas, situadas em campos e linguagens artísticas variadas, atravessam reflexões sobre práticas curatoriais, tecnologias emergentes, cultura contemporânea e estudos ambientais. É idealizador e curador do festival de artes integradas Kino Beat. Recebeu os prêmios de Destaque em Curadoria e em Ações de Inovação e Difusão no XIII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre em 2020.
Sobre o Festival Kino Beat:
Em sua 10ª edição, o festival se estende até dezembro de 2025 com uma programação que atravessa cidades, mídias e ideias — unindo instalações, performances, música ao vivo, mostra de cinema e ações formativas. Fragmentada ao longo de cinco meses, a edição se desenha como uma malha viva de fios interligados, entre Porto Alegre e Liverpool, com conexões que vão além do espaço físico.
A principal novidade deste ano é Portos Conectados, residência artística internacional que une dois artistas brasileiros a dois artistas britânicos em uma criação híbrida e transnacional. A iniciativa é realizada em parceria com a FACT (Foundation for Art and Creative Technology), instituição referência em arte e tecnologia no Reino Unido. Integrante da programação oficial do Ano da Cultura Brasil/Reino Unido 2025-26, promovido pelo British Council e pelo Instituto Guimarães Rosa, a residência marca a primeira atuação internacional estruturada do Kino Beat.
Criado em 2009, o festival nasceu como uma mostra de filmes sobre música e, ao longo dos anos, ampliou suas fronteiras. Desde 2014, consolidou-se como uma plataforma de arte contemporânea que reúne múltiplas linguagens — da arte digital ao audiovisual ao vivo, da música experimental às artes visuais. Em 2020, foi reconhecido com o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas nas categorias Inovação e Difusão e Destaque em Curadoria.
10º Festival Kino Beat é viabilizado através da Lei Rouanet, apresentado pela Petrobras, e conta com patrocínio da Blue Moon e da Crown Embalagens. O Festival conta com financiamento do Pró-Cultura RS - Secretaria de Estado da Cultura - Governo do Estado do RS e Realização Ministério da Cultura – Governo do Brasil – do lado do povo brasileiro.
Event Venue & Nearby Stays
Instituto Ling, João Caetano , 440, Porto Alegre, Brazil









