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Ilpo Väisänen
Passados já oito anos após o desaparecimento prematuro de Mika Vainio a esfera de influência de Pan Sonic e suas ramificações continua ainda hoje a pairar de forma mais ou menos consciente sobre várias formas de electrónica do agora, do extremismo sónico ao quase silêncio. Duo formado em Turku, na Finlândia, em 1993 de certa forma dado por terminado em 2009, por Vainio e Ilpo Väisänen Pan Sonic manifestaram novas arquitecturas sónicas, sensoriais e físicas numa música onde os alicerces austeros do industrial e de algum ambientalismo soturno daí derivado serviram de vias de escape para o tempo e espaço do dub e, por conseguinte, novas configurações de electro e techno - assumindo o termo num sentido lato enquanto "música que soa a tecnologia" como postulado por Juan Atkins. Ofícios de pesquisa e ataque continuados em paralelo em trajectórias solitárias e igualmente distintas e complementares hoje continuadas por Väisänen.
Com um percurso mais regrado que o seu comparsa de longa data, mas igualmente valioso, Väisänen estreou-se a solo em nome próprio em 2001 com 'Asuma' na eMego. Descartando as tendências mais ruidosas em Pan Sonic, 'Asuma' era revelador de um fascínio pelo "ritmo" enquanto via para a hipnose, por entre pulsos analógicos panorâmicos que se vão enredando em todo o espectro sonoro e drones de sintetizador aparentemente estáticos. Nesse mesmo ano e sob o alias Liima, deixou bem evidente, para quem ainda tivesse dúvidas, o seu fascínio pelo dub num par de 10" para a extinta Kangaroo, numa devoção que seria continuada na derivação IN DUB do pseudónimo I-LP-ON com dois álbuns, novamente para eMego, numa relação bem próxima com a editora do (também) saudoso Peter Rehberg. Regressado às edições em nome próprio com 'Syntetisaattori Musiikkia Kuoposta' em 2016, e com uma sentida dedicatória a Vainio em 2018 com 'Äänet' sob a alçada I-LP-ON, tem como registo mais recente 'Keskipäivän Hetken Sumea Vaillinaisuus'. Disco-tratado contra a guerra declarada da Rússia à Ucrânia, reflecte esse estado de ansiedade contínua num espaço electro-acústico reverberante, por entre metais ressonantes, ruídos, cadências electrónicas intermitentes, texturas subterrâneas e a imensidão claustrofóbica dos grandes espaço confinados que nunca resvala para a tragédia melodramática nem para o terror gratuito. Projecção sentida de um activista musical que tem feito obra a um tempo e ritmo próprios com plena consciência daquilo que o rodeia.
Fantasia in Dub
OK. Podemos puxar a história cultural de Lisboa neste século até aqui e apontar Nelson como um dos motores / mentores que fez isto ser como conhecemos hoje. Enquanto co-fundador da associação Filho Único, a vida desta cidade, hoje em dia, foi ele que ajudou a inventar. Com o Tiago fez os Gala Drop, ainda antes de podermos dizer que era uma banda, com outros fez a editora Príncipe Discos e editou música que Lisboa não sabia que tinha. Mexeu em clássicos de dança para ficarem mais dança e editou isso na Interzona 13. A marcha de todas as coisas conduziu a um passo que é lógico para qualquer pessoa demasiado empenhada na música: ser Disc Jockey. Depois do facto selou muito rapidamente a vocação e os sets que faz são autênticas composições de energia. Suor, concentração (não são incompatíveis) e uma onda de felicidade que se entende à distância. (Texto por José Moura)
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