Adaptação: entre a Literatura e o Cinema | Ensaio sobre a cegueira

Você prefere o livro ou o filme? As adaptações cinematográficas de obras literárias costumam gerar opiniões divergentes: alguns preferem a versão escrita, enquanto outros acreditam que a história ganhou mais vida na tela. No entanto, em certos casos, essa fusão entre linguagens funciona perfeitamente, criando uma sintonia entre livro e filme que encanta tanto leitores quanto cinéfilos.

Na programação Adaptação: entre a Literatura e o Cinema, o professor de literatura e escritor Pedro Gonzaga e o jornalista e crítico de cinema Roger Lerina discutem com o público as semelhanças e diferenças que conectam e distanciam essas duas formas de narrativa. Em sua 5ª temporada, o projeto convida o público a embarcar em uma jornada por mundos distópicos, estabelecendo conexões com o presente e refletindo sobre nossas percepções do futuro.

Para encerrar a temporada, a obra escolhida é o romance Ensaio sobre a cegueira, publicado em 1995 pelo escritor português José Saramago, e sua adaptação para o cinema, lançada em 2008 pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.

No livro, Saramago constrói uma alegoria poderosa sobre a fragilidade da civilização diante do caos. A história acompanha uma sociedade repentinamente acometida por uma epidemia de cegueira branca. Sem nomes próprios ou localizações específicas, os personagens representam arquétipos humanos em um mundo que mergulha na desordem, revelando o lado mais sombrio da natureza humana. A escrita é marcada por estilo singular, com longos parágrafos e pontuação não convencional, convidando à reflexão filosófica e ética.

Já no filme, o enredo é mantido, mas ganha contornos visuais e dramáticos mais diretos. Estrelado por Julianne Moore e Mark Ruffalo, o longa traduz a atmosfera opressiva do livro com cenários urbanos degradados e uma estética que reforça o sentimento de isolamento e colapso social. A narrativa se torna mais acessível ao público geral, com nomes, locais e diálogos convencionais, sem perder a essência crítica da obra original.

• Para a experiência completa da programação, recomendamos que o público leia o livro, à venda no site da , e assista ao filme.

O Instituto Ling está empenhado em proporcionar uma experiência acessível e inclusiva a todos os seus visitantes. Esta programação oferece a possibilidade de contratação de intérprete de libras. Caso necessite do serviço, por favor sinalize no formulário de inscrição.

Pedro Gonzaga é professor, tradutor, poeta e escritor. Doutor em literatura pela UFRGS, com diversas publicações em poesia e prosa, desenvolve há anos trabalhos com turmas de escrita criativa, voltadas para o público adulto. Atualmente é cronista dos jornais Zero Hora e O Estado de S. Paulo.

Roger Lerina é jornalista cultural, integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e atua como repórter e crítico de cinema no Canal Brasil. É editor do site www.rogerlerina.com.br, uma plataforma dedicada a notícias, artigos e vídeos sobre cinema, artes cênicas, música, artes visuais e eventos culturais.

Duração: 2h

Local: Auditório (50 lugares)

Esta programação é uma realização do Instituto Ling e Ministério da Cultura/Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens.

PRONAC 233474

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